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ASAS Health realiza projeto inédito para Médicos sem Fronteiras




A pandemia do novo Coronavírus amplificou o sofrimento de pacientes, pela própria doença física, e também dos familiares, em razão do aumento da ansiedade, já que a Covid-19 tem rápida evolução, sintomas intensos e alto risco de morte. Tanto que só no estado de São Paulo já foram registrados mais de 1,4 milhões de casos, com 45 mil óbitos, desde fevereiro último, e os números não param de crescer.


Diante da gravidade da pandemia, das altas taxas de óbitos na UTI e da necessidade de melhorar a assistência especializada a esses pacientes e seus familiares, a organização de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF), com apoio da Secretaria Municipal da Saúde, e a consultoria técnica ASAS Health desenvolveram o Projeto Acolher, uma iniciativa inédita, que resultou na criação de uma unidade de cuidados paliativos para pacientes com Covid-19, no Hospital Municipal Tide Setúbal, no bairro de São Miguel Paulista, zona leste da cidade de São Paulo.


Os cuidados paliativos consistem em uma abordagem multidisciplinar, que visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais e psicológicos.


A iniciativa de MSF tem apoio da Secretaria Municipal da Saúde, que disponibilizou a estrutura da clínica médica do Hospital Municipal Tide Setúbal, e da consultoria ASAS Health, que deu todo o suporte técnico, desde a criação dos protocolos e do manual clínico, e treinamento dos profissionais, muitos com experiência em cuidados paliativos.


O treinamento incluiu 20 aulas e 2 workshops, presenciais e online, bateria de casos clínicos e oficina prática, com o objetivo de embasar as condutas internas da equipe, abrangendo tópicos como: Princípios dos Cuidados Paliativos; Cuidados Paliativos e Covid-19 - Triagem e Alocação de Pacientes; Sedação Paliativa; Comunicação Eficiente na Crise; Luto: Princípios Gerais e Covid-19, dentre outros.


No total, o Projeto Acolher conta com 10 leitos e uma equipe de 22 profissionais, além do suporte técnico de especialistas do ASAS e de MSF. A previsão é que o projeto siga o até final de janeiro de 2021, e após esta data as atividades do projeto passem integralmente para a gestão do Hospital Tide Setúbal, beneficiando pacientes da zona leste de São Paulo.


“Para MSF, cuidados paliativos é um recurso importante em meio a esta grande pandemia de COVID-19, para oferecer condições humanas e dignas de alívio da dor e dar ferramentas importantes para o paciente e familiares enfrentarem o processo da doença, quando a resposta aos tratamentos já não mais se apresenta. Como organização de ajuda humanitária, MSF se dedica a salvar vidas e também aliviar o sofrimento com todos os recursos de saúde disponíveis”, explica Mônica Carvalho, coordenadora do projeto de Cuidados Paliativos de MSF no Hospital Municipal Tide Setúbal.


Para o geriatra Douglas Crispim, Diretor Técnico da consultoria ASAS Health, o Projeto Acolher é um marco histórico pelo cunho humanitário e por ter sido montado de forma totalmente estruturada em tempo recorde. “Nosso foco é totalmente alinhado ao de MSF, no sentido de deixarmos um legado, em termos de estrutura e protocolos, que o Hospital Municipal Tide Setúbal possa usar nos cuidados de saúde e que beneficie os pacientes do SUS, mesmo depois que a pandemia de Covid-19 for superada”, diz o especialista.


Segundo a Médica Paliativista Gabriela Hidalgo, “dificuldades sempre existirão, e devemos estudá-las, crescer com elas e superá-las! Os Cuidados Paliativos são um direito do ser humano reconhecido pela OMS, que devemos lutar para implementar de forma cada vez mais ampla e acessível.”


“O objetivo do projeto é reduzir o sofrimento do paciente, realizando um reconhecimento dos casos e o seu encaminhamento para a enfermaria, para assim realizarmos um atendimento paliativo de ponta. Contamos com um time de profissionais em sua maioria paliativistas, que pensam em reduzir o sofrimento não apenas dos pacientes, mas também da família, uma vez que os protocolos que construímos incluem visitas e reuniões familiares virtuais. Os pacientes podem ver os familiares ou ouvir seus áudios, o que faz muita diferença no contexto que estamos vivendo”, diz Beatriz Souza, enfermeira e uma das consultoras do ASAS, que implantou o projeto.


DEZ/20

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